Fernanda Montenegro, um verdadeiro ícone da atuação brasileira, recentemente refletiu sobre sua trajetória e desafios enfrentados no início de sua carreira na TV Globo. No especial “Tributo”, exibido pela emissora, Fernanda compartilhou sua experiência com os baixos salários da década de 1970, os quais descreveu como “infames”, fato que a manteve distante da TV durante um bom tempo.
Nesse período, Fernanda optou por se dedicar quase que exclusivamente ao teatro, recusando repetidamente os convites da Globo. “Não podemos pôr nossa vida na televisão. Temos que comandar nossa vida mesmo que seja modestamente, e é o teatro”, destacou a atriz, explicando sua decisão de permanecer no palco ao lado de seu marido, Fernando Torres.
O reconhecimento na televisão chegou em 1981, quando o aclamado autor Manoel Carlos lhe ofereceu um papel na novela “Baila Comigo”. Inicialmente escalada para ser uma das memoráveis Helenas de Manoel Carlos, Fernanda acabou assumindo um papel coadjuvante, mas sem impacto negativo em sua remuneração.
Fernanda enfatizou que para negociar um bom salário na emissora, é crucial ser desejada por um autor ou diretor. “Se o autor ou o diretor quiser muito você, então você pode se propor na casa”, afirmou, compartilhando a estratégia que lhe permitiu se destacar na televisão com condições de trabalho favoráveis.
Mesmo com a mudança de papel durante as gravações, Fernanda se dedicou com entusiasmo ao projeto. “Fiz um papel bom, mas um papel coadjuvante”, disse, evidenciando sua humildade e comprometimento com a atuação. A escolha de Lílian Lemmertz como protagonista não impactou negativamente a relação de amizade e respeito entre as duas artistas.
Após o sucesso em “Baila Comigo”, Fernanda Montenegro se consolidou como uma das atrizes mais renomadas da Globo, com uma carreira sólida e prestigiada. Suas atuações marcantes em produções como “Guerra dos Sexos”, “Belíssima” e “O Outro Lado do Paraíso” firmaram seu legado como uma das maiores artistas do Brasil.